Em 2019, mais de 6 % da população suíça está numa sobre-endividamento. 80 % deles começaram a acumular dívidas antes dos 25 anos de idade. Além disso, a situação pode rapidamente tornar-se num círculo vicioso, uma vez que os devedores contraem mais dívidas para pagar as dívidas anteriores. Eis 7 maneiras eficazes de pagar as suas dívidas.
1. Avaliar a situação
Antes de pagar as suas dívidas, deve primeiro avaliar a sua dimensão. Esta avaliação ajudá-lo-á a encontrar uma solução eficaz para o problema. A origem e o início do problema são os primeiros pontos a abordar. Os seus problemas financeiros podem ter a ver com a sua falta de conhecimentos em matéria de gestão das finanças pessoais ou com a sua falta de recursos. Em todos os casos, esta avaliação será o passo mais importante.
Muitos devedores sentem-se envergonhados pelas suas dívidas à sociedade. Por isso, fecham-se em si próprios e não se atrevem a falar do assunto às pessoas que os rodeiam. No entanto, é possível recorrer a um órgão consultivo cantonal. De facto, cada cantão dispõe de um serviço reservado a este tipo de situações.
2. Recorrer a um profissional
Um profissional pode ajudá-lo a elaborar um plano de reembolso da dívida com uma duração média de 36 meses. Começará por analisar a sua situação financeira. A sua própria análise será uma grande ajuda, pois é o único que conhece a origem do problema e a sua situação real. Ajudá-lo-á também a encontrar as soluções adequadas à sua situação.
O mutuário pode então solicitar facilidades de pagamento. Estas facilidades destinam-se a dívidas que não têm uma taxa de juro elevada e que estão também limitadas a um montante razoável. O plano de reembolso será repartido por um período máximo de 36 meses.
O seu consultor pode também negociar com os seus credores, pedindo-lhes que renunciem aos juros. Naturalmente, serão tidos em conta vários factores nas negociações, como o cumprimento dos prazos e o montante dos reembolsos mensais.
Em caso de dívidas fiscais, poderá também falar com a Repartição de Finanças para pedir facilidades de pagamento do seu reembolso de impostos.
3. Consolidar as suas dívidas
Se tiver vários credores, é muito importante consolidar as suas dívidas. Isto permite-lhe efetuar reembolsos mensais ao seu banco e melhorar a sua relação com os seus credores. O princípio da consolidação é simples: contrai um empréstimo junto do seu banco para pagar todas as suas dívidas, pelo que só tem de reembolsar o empréstimo todos os meses.
A vantagem da consolidação é que pode beneficiar de uma taxa relativamente baixa, o que lhe será muito útil. Como se trata de um empréstimo, terá de apresentar um dossier solvente para demonstrar a sua capacidade de pagamento e não poderá contrair outras dívidas durante o período de pagamento.
4. Controlar o seu orçamento
O controlo do seu orçamento é a chave para uma boa saúde financeira. O seu conselheiro pode dar-lhe uma série de conselhos sobre como manter o seu orçamento sob controlo. Em todos os casos, o primeiro passo é viver abaixo das suas possibilidades. Para isso, é preciso ganhar mais do que se gasta. É claro que pode sempre pôr algum dinheiro de lado, mas como o pagamento mensal da sua dívida já está incluído nas suas despesas, deve dar-lhe prioridade. Assim, poderá adaptar o seu estilo de vida ao dinheiro que lhe sobra e evitará endividar-se ainda mais.
O conselheiro pode também eliminar outras despesas, como um seguro ou um leasing. O objetivo é reduzir as suas despesas mensais para que possa pagar as suas dívidas sem reduzir o seu orçamento.
5. Remissão parcial de dívidas
A remissão parcial de dívidas é também conhecida como composição extrajudicial ou composição judicial com remissão (LP art.333 e SS). Trata-se de um documento legal que deve ser assinado por ambas as partes. Diz respeito principalmente aos devedores que têm um rendimento mensal elevado, mas cuja dívida não pode ser liquidada durante 3 anos, sob pena de as prestações mensais serem demasiado elevadas.
O objetivo é liquidar as suas dívidas durante um período de 36 meses e oferecer ao seu credor um montante elevado para o reembolsar. O credor renunciará então à dívida (ou a uma parte dela).
6. Plano de pagamento da dívida
O plano de pagamento de dívidas é também conhecido como uma composição extrajudicial sem remissão. Este plano permite ao devedor reembolsar as suas dívidas num prazo de 3 anos. No entanto, é importante ter em conta que cada credor deve receber o mesmo tratamento. Por conseguinte, é possível consolidar as dívidas através desta solução. Por conseguinte, é evidente que esta solução só é adequada para os devedores que dispõem de recursos para reembolsar os seus credores num prazo de 36 meses.
Com esta solução, é necessário preparar um plano de pagamento repartido por 3 anos. Os credores devem, por conseguinte, ser informados das datas de pagamento previstas. Pode ser necessário negociar se alguns credores pedirem prioridade.
7. Declarar falência
Se o devedor afirmar que não poderá continuar a pagar as suas dívidas e que as negociações com os credores não foram bem sucedidas. O devedor pode então comparecer perante um juiz para requerer uma falência pessoal, em conformidade com o artigo 191 da Lei Federal sobre a Cobrança de Dívidas e a Falência. O devedor deve também provar que não tem meios para pagar as suas dívidas. No entanto, terá de pagar todas as despesas do processo. Deixará de poder solicitar crédito e os seus bens de valor poderão ser apreendidos. É a chamada situação de incumprimento patrimonial.
Em conclusão:
Há muitas maneiras de pagar as suas dívidas. Cada solução dependerá da natureza e do montante das suas dívidas. Podem também exigir a intervenção de um terceiro, que lhe permitirá familiarizar-se com todas as soluções disponíveis e escolher a que melhor se adapta à sua situação.